Promessas, participação e concretização: a Saúde
Desde a pandemia SarsCOV2, um pouco por todo mundo, as sociedades reforçaram o seu interesse, preocupação e exigência para com a área da Saúde. Simultaneamente, aprofundou-se a carência de recursos humanos, materiais e de infraestrutura, contribuindo para as manchetes de jornais que descrevem a Saúde como um setor socialmente complexo e politicamente perigoso.
Em época eleitoral, é importante ser honesto com os eleitores e explicar que nenhum governo conseguirá por decreto, nomeação ou plano de emergência resolver, a curto prazo, os desafios que este setor enfrenta. Aliás, a tentativa de cunhar o sucesso e culpabilizar o outro, no sector da saúde, é de uma tremenda desonestidade: políticas de recursos humanos, ganhos em saúde e políticas de prevenção levam anos a serem plenamente concretizados e o seu total impacto a ser reconhecido.
No que refere às propostas de cada partido, na área da saúde, pode-se dizer que nenhum partido político pretende limitar o direito à saúde, desmantelar o Serviço Nacional de Saúde ou dificultar o acesso à saúde, pelo que, se a visão é semelhante e apenas difere a estratégia, é uma obrigação colectiva o debate e o consenso político em torno da melhoria das instituições e cuidados de saúde.
Neste período de promessas eleitorais, cabe a nós, eleitores, participar ativamente no debate e esclarecimento público. Como? Fomentando a discussão e explorando os programas eleitorais. Neste sentido, procurando uma discussão livre de tendências ideológicas, partilho algumas áreas que (esperançosamente) conseguiriam reunir consenso entre os diferentes partidos:
Prevenção e planeamento
Os grandes investimentos públicos, à semelhança das avaliações de impacto ambiental, devem ser obrigados a desenvolver uma avaliação do impacto em saúde de todas as políticas dos restantes sectores e ministérios, de forma a plenamente........
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