O hiperactivo do Chega
Há dias, na Universidade de Verão do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa chamou “activo russo” a Donald Trump. Segundo o Presidente português, o seu homólogo americano é um agente recrutado pelo antigo KGB para servir os interesses da Rússia. Ainda não sei bem o que pensar desta acusação feita por um Marcelo. Por um lado, enquanto cidadão português, sinto orgulho em ser representado por um Presidente que não tem medo de dizer o que lhe vai na cabeça, sem calculismos e subserviência a ninguém. Por outro lado, enquanto apreciador de livros de espionagem, estou desiludido pela forma rudimentar como Marcelo resolveu desmascarar Trump. É literariamente pouco sofisticada. Onde John Le Carré se espraia por 300 páginas cheias de suspense, equívocos e pistas falsas, para só no fim revelar a identidade do traidor, Marcelo despacha o tema em 20 segundos, ensanduichando a bomba noticiosa entre recados ao Governo e beijinhos a militantes do PSD. Sabe a pouco.
Falta reflexão moral à acusação de Marcelo. Era importante ouvir a opinião do nosso........
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