Quem não sabe História está condenado a repeti-la
Naquela região da Europa, onde Vladimir Putin tem andado a tresler o Testamento de “Pedro, o Grande”, a História não só não teve um fim, como parece repetir-se em sangrentos ciclos.
Há quase 100 anos, no Inverno de 1939, alegando “preocupações de segurança” a URSS de Estaline virou os olhos para a Finlândia, com quem partilha uma fronteira de cerca de 1400 km e exigiu uma larga faixa de território ao “regime fascista e reacionário finlandês”. Criou então a República Democrática Finlandesa, governada por um “governo” comunista, às suas ordens. Só a URSS reconheceu a “República Democrática Finlandesa”.
A Finlândia rejeitou as exigências soviéticas e a 30 de novembro uma força russa de 450 000 homens, com milhares de carros de combate e aviões, avançou confiante tendo pela frente um exército bastante inferior em número, com menos de 40 carros de combate e umas dezenas de aviões.
Apesar disso não correu bem para a URSS que sofreu enormes perdas. Um mês depois fez saber que queria negociar a paz. Mas em fevereiro, depois de se ter reorganizado e reequipado, retomou a ofensiva. Os acordos com a Rússia têm sempre essa consistência fluida e tendem a ser descartados assim que dá jeito. Há coisas que nunca mudam.
A meio de março de 1940 a guerra terminou com a retirada russa e um acordo de paz segundo o qual a Finlândia ficou sem 9% do seu território e aceitou algumas limitações de soberania. No conflito perderam a vida 25 000 finlandeses e 150 000 russos, mas hoje todo aquele território cedido faz parte da Rússia.
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Qualquer semelhança com o que aconteceu muitos anos depois na Geórgia, Transnístria, Crimeia, Donbass e resto da Ucrânia, não só não é mera coincidência, como também a repetição, quase a papel químico, das tácticas anteriores. Os pretextos variam, alguns repetem-se, mas os........
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