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O Estado mete férias antes de nós

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22.07.2025

Se há algo previsível todos os verões, não é o calor nem os incêndios. É o Estado português a falhar no exato momento em que os cidadãos mais precisam que funcione.

O calendário repete-se. Julho chega, e com ele filas para passaportes, autorizações para menores, reembolsos parados, agendamentos que parecem leilões clandestinos. Só muda a desculpa: ora foi o 25 de Abril, ora o sistema caiu, ora o funcionário está de férias. Nós é que não conseguimos sair.

Planear férias em Portugal é como pedir autorização para ser livre.

Tomemos o caso do passaporte. O João, designer de 29 anos, decidiu ir até ao Vietname. Tudo pronto, menos um detalhe: o passaporte expirava em menos de três meses. Tentou agendar online, claro. Resposta: “Sem vagas disponíveis”. Resultado? Madrugada no aeroporto para pedir um passaporte urgente, com taxa extra e stress garantido.

E porquê? Porque, ao contrário da Estónia — onde, se os dados biométricos estiverem válidos, se renova o passaporte online e se recebe por DHL —, cá é sempre presencial. Mesmo que já tenhas dado as tuas impressões digitais na última renovação.........

© Observador