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Eutanásia: Quando o Estado Decide Quem Deve Morrer

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10.06.2025

Há leis que, quando falham, salvam-nos de nós próprios. A eutanásia em Portugal foi uma delas. Não pela intenção — mas pelo efeito. Entre o lirismo do “direito a morrer com dignidade” e o realismo das famílias que empurram os mais frágeis para a saída, está a fina linha entre autonomia e abandono.

Nem toda escolha é livre só porque foi assinada

O Tribunal Constitucional travou uma lei apressada, mal escrita e perigosamente ambígua. E fez bem. Por detrás da prosa parlamentar estavam conceitos como “sofrimento intolerável” e “lesão definitiva de gravidade extrema” — expressões que soam sérias mas que, na prática, são armadilhas legais prontas a explodir.

Basta um exemplo da Holanda — onde a eutanásia é legal desde 2002 — para ver os riscos. Em 2024, 219 pessoas foram eutanasiadas com base em sofrimento psiquiátrico. Uma delas chorou quando lhe perguntaram se queria mesmo morrer. O médico, mesmo assim, avançou. Com a bênção da lei.

Quando o Estado legitima, as pressões deixam de ser invisíveis

A esquerda insiste em alargar os critérios: mais doenças, mais sofrimento “subjetivo”,........

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