Tratar doenças cardíacas através do exercício
Na sequência de vários artigos sobre doenças cérebro-cardiovasculares que o Observador tem vindo a publicar, a importância da reabilitação cardíaca e do exercício físico ganhou destaque. Este é um tema que tenho vindo a desenvolver nos últimos cinco anos e que, no nosso caso, se aplica também a uma população muitas vezes esquecida: as crianças com doença cardíaca congénita — ou seja, crianças que nascem com alterações na anatomia ou função do coração.
As cardiopatias congénitas são a malformação congénita mais frequente em todo o mundo, afetando cerca de um em cada cem recém-nascidos. Atualmente, muitas são diagnosticadas ainda durante a gravidez. Nesses momentos iniciais, as perguntas dos pais são sempre semelhantes: surgem receios acerca da sobrevivência, desenvolvimento cognitivo, capacidade física e qualidade de vida da sua filha ou filho.
Graças aos avanços médicos e cirúrgicos, a resposta ao aspeto ‘’sobrevivência’’ é, cada vez mais, positiva. A evidência publicada estima que mais de 95% das crianças com cardiopatia congénita chegam à idade adulta. No entanto, os outros fatores continuam a ser relevantes — e a resposta está, em parte, na capacidade destas crianças realizarem exercício físico seguro e regular.
O exercício é hoje reconhecido como terapêutico. Tanto nas crianças com cardiopatias congénitas, como para todas as outras, é essencial para o desenvolvimento motor e cognitivo —........
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