menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Flintstoneomics

9 27
09.04.2025

Uma das coisas que mais incomoda um físico quando se debruça sobre temas económicos é a forma como os economistas lidam com a natureza do dinheiro. É relativamente óbvio que o dinheiro é uma invenção humana num sistema natural constituído pelo sistema de trocas de formas de trabalho humano gerado pelo “glitch” genético que nos removeu o sistema de compensação das necessidades. Muitos mamíferos, se não todos, têm alguma forma de troca de trabalho, mas só os seres humanos o fazem para necessidades infinitas. Por outras palavras, muitos animais cooperam socialmente, mas só o ser humano tem uma “economia”.

Isto para dizer que não há muitas dúvidas de que a economia é um sistema natural, senão não existiria, nem dominaria a nossa natureza se assim não fosse. Por isso, se podia ser que o Fred Flintstone e o Barney trabalhassem na pedreira em troca de costelas de brontossauro, algures na evolução das nossas sociedades alguém percebeu que isso não dava jeito e criou uma maneira mais prática de fazer trocas que não implicasse cortar o brontossauro às postas. Essa maneira é só um símbolo que permite que quem o tem na mão o possa trocar pelo trabalho na pedreira. O Fred e o Barney receberiam esse símbolo que usariam para trocar por costelas de brontossauro, ou numas peles novas para a Wilma e para a Betty.

Esse símbolo, ou melhor, esse referencial, é aquilo a que chamamos de dinheiro. E olhando para o dinheiro hoje, aquilo é só papel sujo que representou um qualquer trabalho no passado que pode ser trocado por um qualquer trabalho no futuro. Ou, de outra forma, é apenas um papel que diz que alguém deve trabalho àquela pessoa. Ou, mais físico, é apenas um ponto num referencial fixo do sistema económico. Ou… (os economistas têm mais umas descrições). O que interessa no fim........

© Observador