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Derrotados, mas decisivos

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30.09.2025

As eleições presidenciais portuguesas de 2026 parecem destinadas a constituir a segunda exceção à regra histórica de o candidato vencedor triunfar à primeira volta. Não apenas pelo contexto de elevada fragmentação do voto, mas também pela incapacidade dos partidos em lançar figuras com notoriedade e aceitação pública suficientes para reunir uma base eleitoral que permita garantir a maioria absoluta à primeira. Como tal, o serão da primeira volta será marcado por curiosidades pouco habituais na nossa realidade, como a atenção a dar às orientações de voto dos candidatos derrotados para a segunda volta.

Estas declarações públicas de apoio são relevantes em dois planos. Primeiro, permitem uma clarificação ideológica dos diferentes candidatos e partidos, obrigados a posicionar-se perante duas opções que nem sempre lhes são evidentes. Esse exercício expõe, de forma nítida, onde residem as suas prioridades e limites, permitindo sinalizar ou afastar peremptoriamente alianças futuras. Por exemplo, a direita dita “moderada” costuma descartar declarar apoio a candidaturas à sua direita, preferindo muitas vezes um candidato de esquerda, algo que facilmente pode ser explorado pelos adversários da mesma tendência política. Já à esquerda, a dinâmica é diferente:........

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