O scroll que matou Waterloo
Imaginar o que seria mas não foi no jogo da história é algo que sempre me chamou a atenção. Que passaria se Portugal não tivesse descoberto o caminho marítimo para a Índia? Teria o Império Espanhol absorvido as rotas comerciais asiáticas? Teríamos nós desaparecido como reino, engolidos por Castela antes do tempo? Ou teria sido a Holanda a tornar-se potência global, com Lisboa a assistir como espectadora periférica à transformação do mundo?
O que seria agora da Europa se Napoleão tivesse ganho em Waterloo? Talvez a Alemanha nunca tivesse existido como a conhecemos. Talvez o nacionalismo romântico tivesse sido esmagado à nascença. Talvez a Rússia não tivesse chegado a Berlim. Talvez o século XX tivesse sido, do princípio ao fim, francês.
E como seria Portugal se o Marquês de Pombal nunca tivesse chegado ao poder? Sem a sua mão pesada, talvez os Jesuítas nunca tivessem sido expulsos. Talvez o país tivesse mantido a vasta rede das suas escolas e colégios, pioneiros na educação das elites europeias. Poderíamos ter tido uma outra geração iluminada pelo humanismo jesuíta, com um impacto profundo na ciência, na filosofia, na literatura. Talvez hoje fôssemos culturalmente mais sólidos, mais cosmopolitas, mais competitivos, ou talvez não.
E se Adolf Hitler, em 1941, tivesse conseguido desembarcar com os seus exércitos em Inglaterra e conquistar a Grã Bretanha? Como seria o mundo hoje se o nazismo tivesse apagado a democracia britânica, tomado controlo dos mares do norte e........
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