A ascensão e queda de Thomas Cromwell
Wolf Hall, Bring up the Bodies e The Mirror and the Light, de Hilary Mantel, é uma trilogia que, além de ser um premiado best-seller literário, foi adaptada – e bem-adaptada – por Peter Kominsky para uma série de televisão. Tenho estado a vê-la, para descansar do mundo agitado pela nova política externa de Donald Trump e das “malas que não vieram por bem” da política doméstica, entre outras deploráveis touradas; além das corriqueiras movimentações pré-eleitorais.
A história de Thomas Cromwell, nascido no povo no final do século XV, em Putney, Surrey, Sueste da Inglaterra, é bem mais interessante.
Cromwell terá nascido em 1485, o ano da batalha de Bosworth Field, que pôs fim à guerra das Rosas, entre a Casa de Lancaster (rosa vermelha) e a Casa de York (rosa branca). Em Bosthorth, Ricardo III, Ricardo de York – o tenebroso corcunda infanticida, assassino dos sobrinhos, da tragédia de Shakespeare – foi vencido por Henry, conde de Richmond, filho de Eduardo e de Margarida de Beaufort. Margarida descendia de Eduardo III através de João de Gant, duque de Lencastre, pai da nossa D. Filipa de Lencastre, mãe da Ínclita geração.
Henrique VII, o Tudor vitorioso, foi então aclamado rei e reinou até 1509. Sucedeu-lhe Henrique VIII, o “rei Barba Azul”. Na versão televisiva, Henrique é interpretado por Damian Lewis, que se tornou famoso no papel de Nicholas Brody, na série Homeland Security, em que contracenava com Claire Danes, a bipolar agente da CIA.
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Aqui, Lewis não é o marine cativo do Al-Qaeda e virado no cativeiro; é o todo-poderoso rei Tudor que, não tendo filho-homem que lhe suceda ao fim de vinte anos de casamento com Catarina de Aragão, pretende que Roma lhe anule o casamento. Para tal, conta com a diplomacia do seu Lord Chanceler, Lord of the Privy Seal, o cardeal Thomas Wolsey, Arcebispo de York, papel desempenhado na série por Jonathan Price.
Mas Roma não cede e, por isso, no início da história, Henrique está furioso com........
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