A impossibilidade da espera
Deixo já a punch line, para não perdermos tempo: viver não tem botão de “avançar 10 segundos” e, quando tentamos instalá-lo, perdemos precisamente aquilo que queríamos ganhar: sentido.
Estamos numa época em que tudo tem de vir pré-processado: o trailer entrega o enredo, o twist e uma promessa de universo expandido antes de acabarmos o primeiro gole de café; a sinopse do livro faz o trabalho que era da leitura; a música que passa dos três minutos é um “álbum” e, se o refrão não chega cedo, o dedo salta como um reflexo pavloviano para a próxima faixa. Até as conversas, se pudéssemos, teriam uma barra de progresso: arrastaríamos a confidência até ao clímax, dar-lhe-íamos 2x de velocidade e, se a narrativa pessoal não se tornasse interessante ao fim de trinta segundos, “próximo”. O drama é que, muitas vezes, não há “a parte interessante”, há a parte humana, que é feita de hesitações, pausas, silêncios e frases que só encontram sentido na terceira tentativa.
Vivemos num mundo pautado pela eficiência e dizem-nos que isto faz parte. E, em dosagens homeopáticas, até poderá ser verdade. Que luxo poder ouvir um sumário antes de ver um filme péssimo. Que bênção poder acelerar uma receita de como fazer o risotto perfeito, que se arrasta. O problema começa quando transformamos a exceção em regra e confundimos atalho com........





















Toi Staff
Gideon Levy
Tarik Cyril Amar
Stefano Lusa
Mort Laitner
Robert Sarner
Andrew Silow-Carroll
Constantin Von Hoffmeister
Ellen Ginsberg Simon
Mark Travers Ph.d