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Um conto exemplar

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14.05.2025

Este texto não é sobre Montenegro e Spinumviva, fala nisso, mas é sobre jornalismo.

Instalou-se, no espaço público, a ideia de que Montenegro inicialmente se recusou a dar explicações sobre a Spinumviva e, inicialmente, apresentou-a como uma empresa criada para gerir uma herança familiar e, talvez, fazer uma adega com os lucros.

A ideia é tão consensual que é repetida vezes sem conta, por alguns jornalistas, comentadores ubíquos e de maneira geral bem informados, como Susana Peralta, apoiantes não militantes como Pedro Adão e Silva, e até Pedro Garcias, na sua coluna semanal sobre vinhos, escreve, com certeza convencido de estar a escrever uma verdade inegável: “Já não nos lembramos, mas a primeira explicação que Montenegro deu para a existência da empresa era a de que tinha sido criada para gerir o património da família e que os proveitos obtidos se destinavam à construção de uma adega”.

A parte rigorosa do que escreveu está, no entanto, restringida ao “já não nos lembramos”, tudo o resto é falso (com uma pequena parte de verdade na eventual afectação de lucros à construção de uma adega).

O que é exemplar no conto que vou contar, é que a primeira vez que Montenegro falou sobre o assunto está perfeitamente documentada, foi na sua........

© Observador