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Males que talvez venham por bem

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Esta fotografia foi-me mandada por Paulo Fernandes e diz respeito a uma área ardida este ano, no Alvão, que tinha ardido também em 2022, isto é, há três anos.

O senso comum reage à fotografia e informação que dei sobre ela, deitando as mãos à cabeça por causa da frequência dos fogos; o bom senso lê na fotografia os sinais evidentes de que a intensidade do fogo foi muito baixa, isto é, a energia que este fogo estava a libertar, neste sítio, era relativamente baixa, ao ponto de não consumir todo o combustível disponível, mesmo, como é o caso, combustíveis muito finos.

Aparentemente, os fogos deste ano têm alguma originalidade, são fogos muito extensos, relativamente lentos aqui e ali, e com uma elevada piro diversidade, isto é, como são extensos, relativamente pouco intensos, e encontram diferentes quantidades e estruturas de combustível, ardem de forma muito diferente de uns sítios para outros, tanto mais que durante este longo episódio de fogos os ventos não têm sido muito fortes.

São fogos que afectaram áreas que se aproximam do que muitos de nós acharíamos que seriam as paisagens ideais para conviver com o fogo, com alguma gestão e diversidade, atravessando olivais, pastagens, montados, matos, povoamentos florestais comerciais, povoamentos de folhosas autóctones, vinhas, etc..

Este resultado terá de ser avaliado, com certeza, mas existem algumas hipóteses a que vale a pena prestar atenção, partindo da ideia de que sendo fogos que foram deixados andar livremente ao sabor das variações de direção e força do vento ao longo do dia e dos dias, e da sua interação com a topografia, deixam áreas ardidas com formas complexas ou arredondadas (ao contrário dos fogos de vento que têm formas........

© Observador