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Que nunca sejas Israel! 

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15.09.2025

Podia ter sido por causa das declarações de governantes como Macron e Starmer, que arvoram pose de estadistas sobre o que Israel deve ou não fazer para combater o Hamas em Gaza ao mesmo tempo que eles assistem ao deslaçamento e crispação dos seus países porque não conseguem sequer garantir o controlo duns barcos de borracha no canal da Mancha. Ou também por causa dos actores, realizadores, escritores e demais intelectuais, sempre tão pressurosos em aderir à causa da moda para, como é óbvio serem os primeiros a eximir-se das consequências dessas causas.

Estão agora por sinal a assinalar-se 50 anos sobre o momento em que esta troupe, depois de durante décadas ter apoiado o que designavam como movimentos de libertação em África, se desinteressar em absoluto por tal temática. De 1975 em diante, e uma vez instalados no poder em Angola, Moçambique e Guiné os tais libertadores que tanto apoiavam, não houve mais massacre, fome ou violações que os comovessem.

Tal deve-se não a uma qualquer insensibilidade mas sim ao facto de aquilo que os move não serem os povos que dizem querer ajudar ou os problemas que há que resolver, mas sim o combate à civilização ocidental de que, quais “neo-orleans”, são os primeiros beneficiários e, por isso, como quem muda de look para uma nova série, passaram da descolonização ao capitalismo e do capitalismo ao pacifismo e depois ao clima e assim sucessivamente até chegarem agora aos recorrentes palestinianos.

Mas apesar de ver nestes activistas os novos Philippe Egalité não foram eles que me fizeram tornar esse patético primo de Luís XVI na figura estrutural deste texto. E, por mais tentador que tal fosse, também não o foram os protagonistas desse estrambólico flop nautico-político........

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