No país dos passadiços
As imagens das mulheres atirando as mãos à cabeça no meio duma paisagem abrasada pelo fogo são o lado dramático daquele país que noutros meses nos chega, mediaticamente falando, durante horas de emissão animadas por grupos etnográficos que cantam e dançam modas de um país que asseveram ser das tradições, dos bons costumes, da boa comida, da vida saudável…
Na verdade, um país que não só já não existe como nunca existiu dessa forma harmoniosa porque se assim tivesse sido os nossos bisavós, avós, pais e tios não o teriam trocado pelas cidades do litoral. Teriam continuado a viver lá, nos ciclos do pousio e das culturas, pastoreando e recolhendo o mato pelos montes. Não foi isso que fizeram porque queriam escapar à pobreza: partiram e nós, os seus descendentes, também não voltamos lá a não ser nas férias. Ou........
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