Que políticos queremos nós?
A mal designada “lei dos solos” parece que vai transformar em multimilionários meio mundo – especialmente políticos — e expor à corrupção outro meio, ou o mesmo. De facto, parece que tudo aquilo que se tenta mudar para aumentar a oferta – seja de habitação ou outra – esbarra com tácticas de oposição que parecem querer o quanto pior melhor. Mas convenhamos que, com excepção da ministra da Justiça e da ministra do Trabalho, por razões diferentes, quer o primeiro-ministro como o ministro da Coesão Territorial forneceram o combustível para este populismo sem limites e explorador das mais variadas iliteracias.
O primeiro erro do primeiro-ministro foi ter vendido a empresa à sua mulher e filhos. Ou vendia a sério, ou não vendia e assumia a vida profissional que teve, legitimamente e para seu ganho e qualificação pessoal e agora para quem governa, quando esteve fora da actividade política. E assumia-o explicitamente, dizendo-nos o que fazia e deixando a empresa adormecida em toda a sua actividade. Tinha a obrigação de saber que, mais cedo ou mais tarde, se ia descobrir o que fez. E, como está a acontecer, passar do problema com a lei dos solos, quando se verificasse que em nada o beneficiava, para a fiscalização dos clientes.
Igual erro cometeu o ministro da Coesão Territorial que devia ter logo tomado a iniciativa de dizer que tinha essa empresa do sector imobiliário. Vendê-la, ainda por cima quando já tinha percebido que a mal designada “lei dos solos” estava a ser entendida como uma via de........
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