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Que é preciso para que a UE se defenda a si mesma?

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28.02.2025

A Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN), tal como a conhecemos desde a sua criação em 1949, deixou definitivamente de existir? Na minha opinião, a OTAN continua a ser o que era, e espero que se mantenha por muitos anos, mas o comportamento do governo norte-americano de paternidade pagadora da segurança europeia, pelo menos, por agora, terminou. Ou seja, a prioridade estratégica dos Estados Unidos da América (EUA), o principal Estado-Membro da OTAN, deixou de estar centrada na Europa e no Oceano Atlântico e passou para outras latitudes.

O “chapéu” de segurança da OTAN, quase gratuito, baseado, principalmente, nas capacidades, na industria, na investigação e nos interesses estratégicos americanos, a que a Europa ocidental se habituou, acabou, definitivamente, a 20 de janeiro de 2025, data em que Donald Trump tomou posse como Presidente dos EUA. Quem o disse, já por várias vezes, foi o próprio Donald Trump e J.D. Vance, Vice-Presidente dos EUA, confirmou-o, recentemente, em Munique. Recordo que, agora, é a “sério”, mas desde Barak Obama que os presidentes americanos pedem aos parceiros europeus da OTAN que assumam as suas responsabilidades. Está tudo certo, na minha opinião, pois não têm de ser os impostos dos contribuintes americanos a pagar a segurança e a defender os europeus. Demoramos algum tempo a perceber, mas, mais explícitos, os americanos não poderiam ter sido.

“Delegamos”, durante décadas, nos americanos a nossa segurança e defesa e não fizemos bem o trabalho de casa, eventualmente considerando que seria para todo o........

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