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Liderança científica como motor da competitividade europeia

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28.07.2025

No dia 5 de maio de 2025, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou, na Universidade Sorbonne, em Paris, a iniciativa “Choose Europe for Science“. Este anúncio constituiu-se como um momento simbólico para a União Europeia (UE), dados os desafios que se colocam à ciência a nível global, e insere-se numa estratégia mais ampla para consolidar a UE como líder mundial em investigação científica, sob a égide das Ações Marie Skłodowska-Curie. O objetivo da Comissão Europeia (CE) é claro: reforçar a Europa como território de excelência na promoção do conhecimento e na captação dos melhores talentos do mundo. Para a sua concretização, em 2025, são disponibilizados 1,25 mil milhões de euros, do orçamento comunitário, em novas oportunidades de financiamento para cientistas e investigadores.

A visão da Comissão para a ciência europeia é clara. Reforçar os apoios para a investigação de ponta e centrar-se no desenvolvimento dos seus talentos na área da investigação, promovendo a colaboração internacional e interligando a ciência com a sociedade, dando apoio específico para investigadores em início de carreira, de forma a posicionar a Europa como o destino de eleição para investigadores, enquanto garante oportunidades e perspetivas de futuro para os seus cidadãos, evitando a sua saída para outras geografias.

Neste sentido, para reforçar o investimento em carreiras de investigação e de colaboração, a Comissão vai aumentar os apoios europeus ao recrutamento e à formação de doutorandos, fomentando a ligação entre Academia, as empresas e as administrações públicas, bem como pretende aproximar a ciência do grande público. Por outro lado, pretende-se fomentar a fixação de talento em toda a Europa, assegurando que todos possam ter a oportunidade de fazer carreira no seu país ou na sua região, contrariando tendências de fugas de capital humano, tanto intraeuropeias como para fora da UE. Para tal, será disponibilizado financiamento para melhorar os programas de formação doutoral das organizações europeias, para desenvolvimento de projetos colaborativos e para a promoção de mobilidade, permitindo que os investigadores europeus possam adquirir novas competências, desenvolver as suas carreiras e ganhar experiência internacional, interdisciplinar e intersectorial, ao trabalhar no estrangeiro, mas garantindo condições efetivas para o seu regresso. Neste momento, encontram-se em fase de candidatura, vários avisos, que disponibilizam um total de 1 116 milhões de euros, para apoiar, diretamente, instituições, investigadores e cientistas europeus.

Para reforçar a competitividade da UE na captação de talentos, a iniciativa “Choose Europe for Science” pretende apoiar os investigadores nas suas perspetivas profissionais a médio e longo prazo, estando centrada em quatro pilares fundamentais. Em primeiro lugar, uma proposta de Lei sobre o Espaço Europeu da Investigação, que visa proteger juridicamente a liberdade de investigação científica. O segundo pilar é o novo pacote financeiro de 500 milhões de euros, para o período de 2025 a 2027, para implementação do projeto-piloto “Choose Europe for Science”, destinado a apoiar o percurso profissional de investigadores e cientistas da Europa e do mundo, que se irá materializar numa “superbolsa”, de sete anos, no âmbito do Conselho Europeu de Investigação (CEI). Além disso, serão duplicados os atuais apoios à relocalização de investigadores que optem por se mudar para a Europa. Para além disso, será iniciado um projeto-piloto, no âmbito das Ações Marie Skłodowska-Curie, para cientistas em início de carreira, contribuindo para a sua fixação, em território europeu, evitando a fuga de talentos. O terceiro ponto inclui a proposta de Lei Europeia da Inovação e a Estratégia para as Start-ups e para as Scale-Ups, visando remover as barreiras à inovação, facilitando o acesso a capital de risco e agilizando o processo de passagem do laboratório para o mercado. O quarto pilar tem como objetivo a ligação dos investigadores aos centros de investigação e a simplificação dos processos de entrada de........

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