Amar tudo e mais alguma coisa
A cada dia que passa sinto que a classe social “betos” merece um estudo aprofundado. Não me atrevo a colocar-me fora desta esfera, mas sim como um intruso que criticamente analisa certas nuances. Hoje, por exemplo, acordei de manhã e, entre malas e rotinas, regressei ao estrangeiro onde a vida de emigrante se desenrola entre cozinhados e ausências. Ao finalizar uma bolonhesa, percebi que faltava parmesão. Do outro lado do WhatsApp, a solução foi anunciada com entusiasmo: “Eu amo parmesão”. Foi aqui que perdi as estribeiras. Como é que se ama um queijo? Senti que era necessário, com urgência, abordar o abuso semântico da palavra “amar”.
Outrora uma palavra reservada para sentimentos arrebatadores e grandiosos – “Eu........
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