Sobre o Sentido da Vida
“Em tempos como o nosso, tão especial como nunca deixaria de ser o nosso tempo, pergunto: como é possível que este método, que tantos resultados tem logrado no estrangeiro, não tenha ainda penetrado os consultórios portugueses? Como é possível que a vasta maioria dos nossos alunos de Psicologia, Medicina e Filosofia nunca tenha ouvido falar neste psiquiatra que abalou o mundo?”
Ninguém sabe muito bem o que fazer com a vida, que nos aparece sem que o peçamos, nos foge sem que o queiramos e outros tantos lugares-comuns indissociáveis de uma conversa como esta. O certo, porém, é que ela representa tudo aquilo que temos, ao ponto da sua teorização se tornar o pano de fundo de todas as outras.
Desde cedo que o Homem sente a pulsão de delinear o propósito da sua existência, por forma a não caminhar como cana agitada pelo vento, pronta a capitular ante a tribulação mais ténue. Os povos da Antiguidade Clássica, imersos numa noção quase panteística de comunidade, desvelavam a sua meta em função das legítimas necessidades dos outros, de onde emergiu uma absolutização das virtudes (ou dos valores, como hoje se diz, com repugnante brandura): seria o objectivo da vida humana, segundo Aristóteles, alcançar o Justo Meio, ao qual subsumem a Coragem, a Temperança, a Liberalidade, a Prudência, etc.. Na Idade........
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