Portugal entre dever euroatlântico e oportunidade económica
Atualmente, o tema do investimento em Defesa voltou a ocupar um lugar central no debate público português. A crescente instabilidade do panorama geopolítico, somada à aspiração europeia por uma autonomia estratégica reforçada, tem levado Portugal a acelerar o reforço das suas capacidades militares num alinhamento com as exigências dos Estados Unidos da América e da NATO. No entanto, mais do que uma imposição externa, esta agenda deve ser encarada como uma oportunidade estratégica para modernizar estruturalmente o nosso país em áreas-chave como a economia, a tecnologia e a segurança nacional.
Há três razões fundamentais pelas quais Portugal deve reforçar o seu investimento em Defesa. A primeira prende-se com a relevância da NATO e os compromissos euroatlânticos. Desde 1949, ano da sua adesão como membro fundador, Portugal tem sido um parceiro leal da Aliança Atlântica. Essa lealdade reflete-se na participação ativa em projetos como a Cooperação Estruturada Permanente (PESCO) e o Fundo Europeu de Defesa (FED), que pretendem fortalecer a base industrial e tecnológica do setor a nível europeu.
Segundo o Secretary General’s Annual Report 2024, Portugal alocou cerca de 1,48% do seu PIB à Defesa ainda aquém da meta de 2%, mas superior à média histórica nacional. Embora o país continue entre os membros com menor........
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