menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Saúde mental: direito adiado, urgência coletiva

11 27
08.06.2025

Maria tem 17 anos e não dorme bem há meses. Diogo, de 42 anos, deixou de sair de casa sem motivo aparente. Sofia espera há mais de três meses por uma consulta de psiquiatria. Nenhum destes nomes é real, mas as histórias são. E multiplicam-se todos os dias em Portugal.

É impossível ignorar esta realidade. Somos chamados a refletir sobre uma questão essencial e urgente: o acesso aos cuidados de saúde mental continua a ser um direito adiado.

Apesar dos avanços legislativos e da crescente atenção pública, persistem desigualdades profundas no acesso a estes cuidados, agravadas por estigmas culturais, falta de recursos e respostas institucionais insuficientes.

Segundo a OCDE, Portugal é o país europeu com a mais elevada prevalência de sintomas associados a problemas psicológicos: 23% da população. E, entre os que apresentam sintomas, estima-se que 60% não têm acesso a cuidados de saúde mental. O impacto da pandemia de COVID-19 agravou esta realidade, aumentando o número de pessoas com sintomas depressivos e ansiosos, ao mesmo tempo que reduziu significativamente o número de consultas realizadas nos cuidados de saúde primários.

O estudo mais........

© Observador