A lei laboral pode mudar. E as empresas, mudam com ela?
O anteprojeto de alteração à lei laboral, atualmente em consulta pública, levanta questões que ultrapassam o tema da amamentação ou os turnos de pais com filhos menores de 12 anos. A discussão está acesa: uns acusam as mães de “prolongarem a amamentação para manter horário reduzido”, outros criticam os pais por recusarem turnos noturnos.
Mas este debate, centrado apenas em direitos parentais, ignora o verdadeiro problema: o modelo de trabalho vigente está desajustado da realidade humana.
Vivemos num sistema que naturalizou jornadas de 12 horas fora de casa, com crianças entregues à creche às 7h e resgatadas às 19h. Como se isto fosse normal. Como se isto fosse vida.
Em nome da produtividade, abafam-se afetos, invisibiliza-se o papel parental e empurra-se o cuidado para as margens da vida profissional. E o resultado........
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