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Quo Vadis esquerda? 

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01.08.2025

Onde anda e para onde vai a esquerda portuguesa? Perdeu-se ou é ignorada? Esqueceu-se das suas históricas batalhas, ou já ninguém lhes liga? O descarrilar desta fação política faz-nos questionar, em suma, qual o papel do contrabalanço num sistema como o nosso, e, para além disso, quem deve corporizar essa oposição.

Em 2021, não assim há tanto tempo, o Parlamento tinha uma composição estruturalmente diferente da que tem hoje. Somando os três da Geringonça, 139 deputados tinha a esquerda, face aos pouco mais de 80 da direita. Agora, PS, BE, PCP, PAN e Livre ocupam menos de 70 cadeiras na AR. Como? Não é difícil de explicar.

Há quem diga que a esquerda ignorou as causas trabalhistas que a caracterizavam, e que, por isso, se esvaziou. Não creio que tenha sido bem assim. Os socialistas mantiveram-se fiéis a si próprios, prometendo aumentos irracionais do salário mínimo e das pensões, procurado, no meio de outras tantas medidas do género, apelar ao voto daqueles que, bem ou mal, dependem do Estado para viver. Quanto ao Bloco, acho que não há grande coisa a dizer. Afinal, quem constrói toda uma campanha na base do lema “taxar os ricos”, nada mais pode ser que não um populista de olhos postos naqueles que menos ganham e que menos podem. Já em relação ao PCP, muitos defeitos se lhes pode apontar, mas, certamente, a incoerência não é um deles. Os comunistas são a personificação, por excelência, da expressão “gira o disco e toca o mesmo”. O discurso não muda, nem mudará. Portanto, será que, de facto, a esquerda se esqueceu de falar para os trabalhadores? Ou terão sido estes que escolheram ignorá-la? Bem, creio que a resposta é relativamente óbvia.

Em segunda instância, o teste do........

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