Dia do Pai sem Filhos: Histórias de Alienação
A alienação parental é violência doméstica, fenómeno que é bem descrito no testemunho de José : “O que está na origem deste afastamento é um fenómeno que hoje se qualifica de alienação parental, um crime de violência doméstica contra uma criança e contra um dos progenitores, com a agravante da criança ser um filho impedido de amar, de conviver próximo, de ser criado e educado, de brincar, de ter uma hipótese de ser feliz com e por um dos pais, por culpa do outro, que manipula, que intimida, que chantageia, que coage e que ameaça a criança, enquanto filho, para que esqueça, para que odeie, para dizer, como a minha filha me disse um dia, quando a fui visitar à escola, alguns meses após a separação e a escassos dias do Natal de 2016, tinha ela ainda 6 anos, hoje tem 15 anos: eu abomino-te, eu abomino-te, eu abomino-te”. E tem as circunstâncias bem descritas no testemunho do Ricardo: “Tal cenário acontece em famílias que disputam em Tribunal as responsabilidades parentais ou mesmo a guarda dos filhos”.
A alienação parental tem sempre impacto em todas as dimensões da vida, mas especialmente em dias mais significativos, como o “Dia do Pai”. Tal como também nos reportou o Ricardo, o Dia do Pai é um dia especial para ser festejado com o pai: “O Dia do Pai reveste-se de um enorme simbolismo porque, tal como o Dia da Mãe, nos obriga a olhar para nós mesmos, para onde viemos, para aqueles que um dia idealizaram trazer ao mundo uma criança em resultado do seu amor um pelo outro (embora existam outras tipologias de família, este conceito clássico de casal é válido para muitos milhões de pessoas em todo o mundo)”. O Dia do Pai é um dia especial para ser festejado em família, tal referiu o Zé Luís: “O dia do pai, bem como o da mãe e de toda a família devia ser sempre. Uma criança não devia ser privada de conviver, olhar nos olhos e abraçar aqueles a quem ama”.
Para muitos pais, o Dia do Pai é mais um dia sem poder estar com os seus filhos, impedidos por mães alienadoras, sem poder dar um beijo e um abraço ou vê-los à distância através de uma videochamada, ou mesmo apenas ouvir a sua voz. Como partilhou o Ricardo: “muitos pais e filhos do nosso país (milhares), não terão a possibilidade de interagir no dia de amanhã, nem presencialmente, nem tão pouco através de telefonema ou videochamada”.
Filhos vítimas de pais/mãe abusivos (alienadores), são filhos que querem estar com os pais, mas são bloqueados, impedidos de terem contatos e convívios com o pai/mãe alienado, como nos contou o Ricardo: “Não porque não tenham vontade de o fazer (quer os pais, quer os filhos), mas porque o outro progenitor assim não o permite…”. São filhos alienados, que são proibidos de amar um dos pais, sem liberdade de afetos, como partilha Zé Luís: “Há, porém, muitas que não só se vêm privadas disso (Dia do Pai), como também são obrigadas a recusar os afetos, não........
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