Vivemos num tempo mal educado…
Uma coisa é a boa educação. Outra, o bullying. O bullying pressupõe que todas as barreiras da boa educação terão sido quebradas. E é por isso que, provavelmente por pudor, à violência se chama bullying. Evitando que, antes dele, se fale da má educação. Por mais que a má educação acabe por ser o parceiro favorito do bullying.
Seja como for, à violência na escola chamamos bullying; sim. Àquela que se dá nos locais de trabalho, assédio moral. E à que se passa em contexto diplomático, grosseria, torpeza ou rudeza. Somente a que se vive no contexto da família merece uma designação mais simples: violência doméstica. Na base, todas começaram por ser atitudes mal educadas. Depois, narcisistas. A seguir, supremacistas. Para que, incontornavelmente, desemboquem na violência. Primeiro, na verbal. Depois, na física. Primeiro duma forma impulsiva e episódica. A seguir, duma maneira compulsiva e banal.
Talvez por tudo isso poderá ser útil começarmos a falar, novamente, sobre a boa educação. Porque ela contribui para que sejamos pessoas melhores. E sem ela, passo a passo, nos tornemos más pessoas.
A boa educação não é uma forma de transformar quem é transparente numa pessoa impostora, fingida ou falsa, até. Nem quem é espontâneo em alguém submisso. Ou de pegar na agressividade que se sinta num estar abnegado e implosivo; mas bonzinho. Não há como ser bem educado sem se ser verdadeiro! Mesmo que, para tanto, se tenha de dizer que não. A diferença está entre aquilo que se diz com empatia e com afecto. E o que se expressa com maldade e de forma cruel. Por mais que, certamente por equívoco, a um e a outro de ambos os formatos há quem chame verdade.
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A boa educação parece, por vezes, um bem em vias de extinção. Nos mais pequenos… Mas isso só é assim quando nos iludimos com alguns exemplos de má educação das crianças e dos adolescentes em relação aos nossos comportamentos de adultos. Serão muitos deputados tão bem educados como deviam, quando trazem contraditório ao pensamento dos seus adversários e, em vez da clarividência dos seus pontos de vista, entendem que gritar, esbracejar, batucar, ofender ou insultar os........
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