Federalismo Europeu: uma urgência estratégica
No dia 9 de abril, a União Europeia impôs tarifas de 25% sobre produtos como aço, alumínio, ovos e cosméticos provenientes dos Estados Unidos. A decisão, tomada em resposta às políticas protecionistas da administração norte-americana, visa defender os interesses económicos europeus e proteger o mercado único. Este episódio é mais do que um gesto pontual — é um sinal de que a União Europeia pode, quando quer, agir de forma coordenada e eficaz. Mas levanta uma questão fundamental: conseguirá a UE manter essa capacidade de resposta num mundo cada vez mais competitivo e instável?
Hoje, a fragmentação de competências entre os Estados-membros dificulta uma ação europeia rápida e eficaz perante desafios que não reconhecem fronteiras — das alterações climáticas à guerra, da transição digital à defesa da democracia liberal. A arquitetura atual da União Europeia continua refém de vetos nacionais, de interesses contraditórios e de uma lógica intergovernamental que trava a construção de soluções comuns. Esta fragilidade institucional limita a nossa capacidade coletiva de proteger os cidadãos europeus e de afirmar os valores da União no plano global.
É neste contexto que o federalismo........
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