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Pode a altura de um edifício medir a ambição da comunidade?

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07.08.2025

Nas últimas semanas, o Porto viu-se novamente dividido por uma questão que vai muito além da arquitetura: a polémica em torno das torres projetadas para a Foz do Douro revelou fraturas profundas na forma como concebemos o futuro urbano da cidade.

Está prevista a construção de três torres residenciais na Avenida Nun’Álvares, com alturas entre os 78 e os 86 metros e 25 pisos cada. Um processo aprovado pela maioria da vereação da Câmara Municipal do Porto, com base num plano de urbanização discutido publicamente durante vários meses. No entanto, a proposta gerou uma mobilização cívica inédita, centrada sobretudo na elite residente na zona da Foz. Os argumentos invocados são familiares: excesso de densidade, congestionamento, alteração da paisagem urbana e, em última instância, o receio de “gente a mais”.

Curiosamente, projetos com volumetrias semelhantes noutras zonas da cidade, como o Campo 24 de Agosto, passaram praticamente despercebidos à opinião pública. A indignação, portanto, não é contra a altura em si, mas contra a sua localização. O problema........

© Observador