Proibida a entrada a leitores
É difícil encontrar um café em Lisboa onde me sinta confortável a ler. A maioria dos espaços transmitem uma espécie de urgência que é contrária à ideia de leitura. A propósito, li há uns dias uma notícia que dava conta de que certos cafés aumentam os preços consoante o tempo que ali permaneces. Acontece em Espanha, mas há-de chegar cá. Se levares, por exemplo, A Montanha Mágica, estás tramado. Assim que o empregado vê a tote bag e o nome Thomas Mann a espreitar, o cronómetro começa a contar. Imagino um preçário mutável, que muda consoante a obra:
— A Piada Infinita? Vai sair-lhe........
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