O Chega e o espelho partido da democracia
As últimas eleições legislativas em Portugal deixaram um sinal claro e, para muitos, desconcertante: o Chega deixou de ser um fenómeno marginal para se afirmar como uma força política consolidada. Esta realidade impõe uma reflexão séria — não apenas sobre o partido em si, mas sobre o estado da democracia portuguesa, as suas falhas e os seus silêncios.
O crescimento do Chega não surgiu por acaso. É o resultado de um acúmulo de frustrações sociais, desconfiança nas instituições, descrédito nos partidos tradicionais e uma perceção generalizada de impunidade, corrupção e desigualdade. Muitos eleitores não votaram no Chega por afinidade ideológica com a extrema-direita,........
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