A presidência Dinamarquesa e o desastre verde
A presidência rotativa da Dinamarca vai acontecer em breve, sem que possamos compreender, de forma concreta, a extensão da influência real que estas presidências exercem. Num momento em que parecem servir mais para simular a ideia de democracia do que para definir políticas estruturais profundas, torna-se evidente que o seu alcance é sobretudo simbólico, ainda que com potencial para continuar estragos significativos.
Basta recordar que a autonomia dos países durante este período é bastante limitada. Viktor Orbán, durante a presidência húngara, foi exemplo claro de que a liberdade de actuação para impor uma visão política própria é praticamente inexistente, desde que essa visão não se enquadre na agenda dominante da União Europeia. A Hungria sofreu penalizações severas: congelamento de fundos europeus, descredibilização por parte das instituições, hostilidade diplomática e, inclusive, foi publicamente equacionada, sem qualquer base legal, a suspensão da presidência rotativa. Partindo deste princípio, torna-se claro que as expectativas depositadas nestas presidências devem ser encaradas com realismo porque são, em larga........
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