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Crime no SNS?

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23.06.2025

Foi noticiado na Comunicação Social que um dermatologista do Hospital de Sta Maria em Lisboa recebeu 417 mil euros por 10 dias de trabalho, tendo passado parte do resto do tempo de baixa médica.

O dermatologista em causa tem 33 anos, portanto, recém especialista recebeu mais de 51 mil euros num só dia de trabalho.

A dermatologia sempre foi uma especialidade médica que, só nos últimos anos, começou a fazer pequenas cirurgias que são um procedimento simples com uma duração média de cerca de 10 minutos e podem ser realizadas num consultório ou num gabinete anexo. Nunca em codificação pode ser considerada uma cirurgia ambulatória para a qual ( está na lei) é necessário um/a anestesista, uma sala de recobro e portanto estes pequenos procedimentos dermatológicos só podem ser considerados pequena cirurgia não entendendo como pode entrar no sistema SIGIC .

Esta notícia não foi uma surpresa para mim, a não ser pelos valores exorbitantes pagos e como um diretor de serviço entregou o programa e a codificação ao médico mais novo do serviço que também teria a total responsabilidade da distribuição do trabalho aos médicos mais antigos. Tudo isto foi feito sem qualquer controle inclusivamente como foi feita a codificação se esta correspondia realmente ao trabalho realizado. Era o próprio individuo que introduzia os dados da codificação, sendo ele o único codificador do serviço!

Mas a realidade e o mais preocupante é que os gestores do Sta. Maria pagaram esta importância sem qualquer auditoria prévia, e o montante devia ter feito soar imediatamente os alarmes.

Duas conclusões:

Ou realmente assinam de cruz sem qualquer avaliação, o que demonstra incompetência e desleixo, ou já estão habituados a pagamentos de importância idênticas sem qualquer controle prévio, o que é muito grave. Neste caso, parece ter havido fraude e falsificação de documentos digitais e portanto crime público, a investigar pela Ordem do Médicos e principalmente pelo Ministério Público.

Estão reunidos todos os ingredientes para realizar um filme policial série B em que o realizador não sabe é como vai terminar o filme. Se fosse eu o realizador fazia o seguinte:

1 – suspensão........

© Observador