Diretores de escolas, de agrupamentos escolares
Pela crescente importância que vêm adquirindo na administração e gestão das organizações educativas contemporâneas, não admira os níveis elevados de preparação técnica, que o mercado do sector educativo passou a exigir a estes profissionais. Cada vez mais bem preparados e dotados das competências e conhecimentos, que permitem analisar de forma sistémica e integrada as diferentes dimensões que o exercício do cargo acarreta. Tomam decisões progressivamente sofisticadas, incompatíveis com superficialidades.
A Administração, Gestão e Liderança no sector público, tem características próprias, diferentes do sector privado que decorrem desde logo da estrita obediência ao princípio da legalidade, com margem de discricionariedade na gestão, quase inexistente, cujo exercício se faz num mundo à nossa volta que evolui rapidamente a todos os níveis – político, demográfico, tecnológico e cultural. É hoje comum a multiculturalidade nas escolas, como consequência da heterogeneidade dos recursos humanos, discente e docente, realidade irrenunciável, com o qual os Professores e em particular os Diretores convivem diariamente, merecendo um profundo debate, que não pode nem deve ser distorcido ou contaminado por interesses políticos ou partidários.
Na verdade, a importância destes profissionais é inegável, sobretudo os que exercem as suas funções em Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas (AE/EnA) situados em territórios com elevado número de crianças e jovens em risco de vulnerabilidade social (Escolas TEIP, já na sua 4.ª geração). Porém, o justo reconhecimento que lhes é devido, fica muitas vezes pelo preâmbulo das leis. Estão de facto relacionados com as boas práticas, a Educação de qualidade como bem público, comprometidos com a sua valorização pessoal e profissional. Pessoalmente, não podemos deixar de partilhar aqui um testemunho, o impressionante fascínio que nutrem pelas suas Escolas.
Estamos neste momento num ponto de inflexão, uma mudança de paradigma. Perante a deterioração das expetativas dos últimos anos por um lado, e a confirmação de reversão rápida da situação pelo atual Governo, a recetividade em aceitar novos desafios, como por exemplo a profissionalização do cargo de Diretor, referência da Escola, ou a contratação de pessoal docente pelos municípios, certamente será maior.
Fazem bem a sua parte no exercício de uma função crucial para o desenvolvimento emocional e social dos estudantes. O atual Governo, com novo fôlego, integrado numa reforma abrangente da organização e gestão do Sector Público, acreditamos nós, em boa hora parece querer dar primazia à implementação de políticas públicas educativas mais contemporâneas, no âmbito da desejada modernização da administração pública educacional. Acontecendo de facto esta transformação, podemos encarar o futuro com........
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