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O plano de Trump, o Nobel e o estranho Estado da Palestina

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04.10.2025

Donald Trump não esconde que quer o Prémio Nobel da Paz. É uma ambição legítima. Ela mostra também que a velha Europa ainda tem poder de atração na nova América trumpista, muito nacionalista, mas, apesar disso, aparentemente desejosa de validação externa. Convinha, no entanto, que alguém informasse Trump que o Comité Nobel é nomeado pelo Parlamento da Noruega, e não há almoços grátis, nem prémios sem condições. É pouco provável que Trump obtenha o ambicionado Nobel se continuar a ameaçar a Gronelândia ou se deixar a Ucrânia e vários outros países da Europa à mercê do imperialismo russo. Isso viola a norma central da Carta da ONU que ilegaliza a guerra de conquista, além de que a Dinamarca é um país vizinho e amigo da Noruega, e esta última tem uma fronteira a norte com a ameaçadora Rússia putinista. Veremos se o Nobel será suficiente para evitar uma retirada da garantia de segurança americana para a Europa Ocidental em que tem assentado a ordem regional desde 1945. E se terá a virtualidade de manter a Casa Branca empenhada em usar o enorme poder económico e militar dos EUA para mediar e travar guerras.

A paz no Médio Oriente avançará graças a Trump e o seu desejo de obter o prémio Nobel? Tenho mantido algum ceticismo quanto aos múltiplos anúncios de cessar-fogo em Gaza, e tenho insistido que a Palestina é só um dos focos de conflito numa região onde eles abundam. Este ceticismo tem-se revelado........

© Observador