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Um novo patamar geopolítico norte-americano

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10.07.2025

1 O contexto geopolítico no qual se insere a manobra militar norte-americana “Operation Midnight Hammer” de 21 de junho de 2025, que visou as três centrais de processamento militar de urânio do Irão – Isfahan, Fordo e Natanz – consta claramente do comunicado conjunto Franco-Germano-Britânico dirigido ao Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica: em 11 de junho de 2025, o Irão já tinha conseguido urânio enriquecido suficiente para fabricar nove bombas atómicas.

2 A operação norte-americana envolveu, para além de vinte e quatro mísseis de cruzeiro “Tomahawk” lançados por submarino contra Isfahan, cento e vinte cinco aviões militares, incluindo sete bombardeiros B-2 Spirit carregando quatorze bombas “GBU-57 Massive Ordnance Penetrator” (MOP) fabricadas especificamente para atingir as centrais subterrâneas de Fordo e Natanz.

A intervenção foi meticulosamente planeada por uma obscura agência secreta norte-americana – “Defense Threat Reduction Agency” (DeTRA) – que vigiou e examinou a central de Fordo ao longo de quinze anos, desde o início da sua construção em 2009; avaliou as condições geológicas em que estava a ser edificada no interior da montanha; determinou o poder explosivo necessário para a sua destruição; e desenhou e construiu as MOPs com capacidade, cada uma, para penetrar mais de 60 m de concreto reforçado e dotadas de um poder explosivo equivalente a onze toneladas de TNT. Cada MOP pesa cerca de quatorze toneladas, tem cerca de seis metros de comprimento e oitenta centímetros de diâmetro.

O estudo intensivo do desenvolvimento das MOPs pela DeTRA implicou, durante algum tempo, que esta agência fosse a maior utilizadora de horas de supercomputadores nos EUA.

As quatorze MOPs foram carregadas nos B-2 na base aérea de Whiteman, Missouri, EUA, e transportadas aproximadamente dez mil e........

© Observador