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A pobreza da nação

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19.04.2025

Uma série, sobre a “adolescência”, que apareceu mais ou menos ao mesmo tempo que os “rankings” das nossas escolas, pôs algumas ágoras a funcionar. Não me parece, contudo, que se esteja a abordar o problema pelo lado correcto, o que tornará difícil chegar a uma solução. Jovens “problemáticos” sempre os houve, retratados noutros tantos filmes, nos do icónico Janes Dean, ao Rumble Fish de Coppola. Só que ao tempo eram assumidos como problemáticos a começar pelas famílias.

Quando as relações deixam de ser lineares passam a ser caóticas, é o que diz a teoria e comprova-se aqui. Foi o que aconteceu nas escolas. Da relação entre o aluno e o professor – linear – introduziu-se um terceiro elemento — a família – e o caos instalou-se.

Fazendo uma viagem no tempo, nos anos 60, nas escolas primárias todos vestiam bata branca, igual, havia castigos corporais e nem os pais se opunham, nem ocorria aos filhos queixarem-se do facto em casa. Quem o fizesse corria o sério risco de apanhar de novo.

As regras, rígidas, eram para todos. Todos se levantavam quando o professor entrava e o silêncio nas salas era a regra.

As batas escondiam a pobreza, hoje deviam voltar para esconder a riqueza. As marcas fomentam desigualdades, conflitos latentes, maus estar dos que não têm.

No secundário, os castigos físicos, eram raros (na escola pública), se aconteciam prendiam-se com insubordinação ou provocação (algum que tivesse visto um filme de Dean, ou fosse simplesmente parvo). Se repetisse havia expulsões. O roteiro variava consoante a bolsa dos progenitores, os mais abonados começavam uma vida pelos colégios internos, os menos abonados entravam na vida activa, como aprendizes em alguma oficina ou mister.

Os que mesmo assim se revoltavam, iam mudando de........

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