Sofia, filha da paz: uma história que ultrapassa fronteiras
A notícia da bebé portuguesa Sofia — filha de pai ucraniano e mãe russa — retida durante três dias no aeroporto de Izmir, na Turquia, não deveria ser apenas mais um episódio burocrático a circular nas redes sociais. Este caso, que aparentemente nasce de um “lapso administrativo” das autoridades portuguesas, transporta em si várias camadas de reflexão que ultrapassam a situação concreta desta família. Transporta, sobretudo, um espelho do mundo em que vivemos: um mundo onde fronteiras, nacionalidades, medos e preconceitos continuam a pesar mais do que pessoas — até quando as pessoas são bebés.
Sofia, com apenas meses de vida, viu-se transformada num símbolo involuntário das falhas de um sistema que teima em complicar aquilo que deveria ser simples. Uma criança nascida em Portugal, que deveria beneficiar automaticamente de um regime de nacionalidade que historicamente se pretendeu inclusivo, acaba por ficar presa entre formalidades que nem ela nem os pais compreendem. E o que deveria ser uma proteção estatal transforma-se num obstáculo, evidenciando como a recente revisão da lei da nacionalidade, ao tornar mais restritos os critérios, acaba por fragilizar........





















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