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Europa, política económica e segurança coletiva

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10.05.2025

Um dos maiores desafios para a Europa, onde se inclui a União Europeia, diz respeito à realização de uma verdadeira quadratura do círculo, ou seja, ao equilíbrio global entre política económica e segurança coletiva, aqui entendidas no seu sentido mais amplo, isto é, a política económica como o conjunto de instrumentos de política pública ao serviço do desenvolvimento económico e social e a segurança coletiva como o conjunto de instrumentos ao serviço da soberania dos Estados, da paz e cooperação internacionais e ambas contra a irrelevância geopolítica da Europa no quadro dos grandes equilíbrios globais e, muito em especial, na relação sistémica triangular entre os EUA, a China e a UE.

Esta quadratura do círculo entre política económica e segurança coletiva foi claramente agravada pelas decisões recentes (2 de abril) do presidente dos EUA sobre política tarifária, a chamada reciprocidade tarifária. Dito de forma mais simples, esta quadratura do círculo reporta-se à interdependência crescente entre, por um lado, o binómio produtividade-competitividade, afetado agora pela política tarifária, e, por outro, a condicionalidade e o filtro impostos pela segurança coletiva que, ao exigir recursos adicionais, introduz algumas externalidades negativas sobre aquele binómio. Vejamos algumas áreas onde esta interdependência se faz sentir de forma mais crítica.

Em primeiro lugar, a política tarifária e comercial. No plano mais imediato, podemos assistir a uma negociação entre a partes para acomodar esta variação, podemos observar um impacto direto sobre os preços e a inflação ou, ainda, a acomodação parcial da tarifa pela cadeia de valor em questão. No plano mais mediato, podemos observar várias abordagens: em primeiro lugar, evoluir para uma negociação bilateral, em segundo lugar, para uma política de blocos e, em terceiro, para um decoupling estratégico que seleciona os parceiros e as áreas comerciais mais relevantes. Neste........

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