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Os autogolos da geoestratégia dos EUA

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05.05.2025

A ausência notável do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, nas consultas euro-americanas da semana passada em Londres para pôr fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia antecipou o seu resultado. A nova tentativa americana de mediar entre Moscovo e Kiev, desde que Donald Trump entrou na Casa Branca em janeiro, fracassou. Para quem está familiarizado com os assuntos atuais da Europa Oriental, este fim da nova busca de Trump por um compromisso entre a Rússia e a Ucrânia era previsível.

Durante os últimos três anos, o Kremlin apresentou uma lista de exigências à Ucrânia que viola as regras fundamentais do direito internacional pós-Segunda Guerra Mundial em geral e da ordem de segurança europeia pós-comunista em particular. Essencialmente, Moscovo tem exigido e continua a exigir a Kiev, a Washington e ao resto do mundo que ignorem, no que diz respeito à Ucrânia, país membro regular da ONU, os dois princípios mais básicos da ordem estatal moderna: a integridade territorial e a soberania nacional. Washington, na sua proposta para a última ronda de negociações, satisfez parcialmente as exigências da Rússia. A administração Trump ofereceu, entre outras coisas, reconhecer formalmente a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia em 2014 e cancelar a perspetiva oficial de adesão da Ucrânia à OTAN, existente desde 2008.

Estas concessões dos EUA não são apenas, no âmbito das relações internacionais em geral, um desenvolvimento escandaloso que compromete a segurança mundial ao ignorar de forma ostensiva a integridade e a soberania de um Estado membro regular da ONU. São também paradoxais no contexto da política externa dos anteriores governos republicanos dos EUA. Uma perspectiva........

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