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O elevador ainda funciona

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18.06.2025

É habitual descrever-se o ensino superior como um “elevador social”, pela sua capacidade de promover mobilidade intergeracional. Em Portugal, essa imagem continua válida, mas com um senão: o elevador funciona, sim — mas está lento e de difícil acesso para muitos.

Segundo o relatório Estado da Educação 2023, do Conselho Nacional de Educação (CNE), os trabalhadores com formação superior recebem, em média, mais 73% do que os que possuem apenas o ensino secundário. Além disso, a taxa de empregabilidade entre jovens dos 25 aos 34 anos com ensino superior é de 88,3%, contra 84,9% entre os que têm apenas o secundário. Estudar continua, claramente, a compensar. Mas será que compensa para todos?

Apesar dos progressos registados — como a redução das propinas, a expansão das bolsas e, mais recentemente, a criação do contingente prioritário para estudantes de agregados carenciados — o acesso ao ensino superior continua condicionado pela origem socioeconómica dos candidatos. Segundo um estudo da fundação EDULOG, publicado em 2025, 41% dos estudantes do escalão A só conseguiram entrar no curso pretendido através deste contingente.

A desigualdade no acesso torna-se ainda mais evidente com os dados publicados no Boletim Económico do Banco de Portugal (junho de 2024): apenas 10,9% dos........

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