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Montenegro e a agonia do centro

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13.03.2025

Por altura das buscas na residência do primeiro-ministro e da detenção do seu chefe de gabinete Vítor Escária e do seu consultor e amigo próximo Diogo Lacerda Machado por suspeitas de crimes de tráfico de influência e corrupção, escrevi aqui no Observador que António Costa tomou a opção mais sensata ao apresentar a sua demissão e sair pelo próprio pé da liderança do Governo porque esse caso, ao contrário de vários outros anteriores que afectaram a governação PS, envolvia directamente o primeiro-ministro.

Pelo que se sabe até agora do caso Montenegro (e ainda não sabemos tudo), não é certo que tenha sido cometido algum ilícito, mas o envolvimento do primeiro-ministro é ainda mais evidente, já que o caso é precisamente centrado na sua figura. A gravidade que o caso assumiu deve-se aliás em boa parte à forma inepta como o próprio Luís Montenegro lidou com a situação desde o início. Em vez de prestar esclarecimentos claros e completos logo numa fase inicial e assumir responsabilidades de forma inequívoca pelo erro de não se ter separado completamente da empresa em tempo útil, Montenegro optou por tentar ir empurrando o problema para a frente. Provavelmente na expectativa – que se revelou vã – de que este pudesse entretanto ser substituído na agenda político-mediática por outro assunto nacional ou internacional mais apelativo. Perante o fracasso notório desta........

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