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Honrar Portugal: a rota do Almirante para Belém

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27.03.2025

Quando se começou a falar na possibilidade da candidatura presidencial do Almirante Gouveia e Melo fui bastante céptico: achava que ter gerido de forma competente e eficaz uma campanha de vacinação em tempo de pandemia era certamente demonstrativo de capacidade de liderança e organização logística mas também que fazer bem o seu trabalho — mesmo que um trabalho exigente — seria qualificativo insuficiente para a Presidência da República. Mais ainda quando o protagonista tem falta de experiência política e quando o seu pensamento — sobre a política e sobre o país — é pouco conhecido.

Mais recentemente, vi com alguma surpresa vários amigos de inclinação liberal e/ou conservadora alinharem-se com a candidatura do Almirante – incluindo um, que muito estimo, e está em posição pública de destaque como um dos sete fundadores no movimento Honrar Portugal, Rodrigo Adão da Fonseca, também ele colunista do Observador. Perante estas adesões e os resultados francamente animadores — ainda que muito preliminares – de Gouveia e Melo nas sondagens, vale a pena reflectir um pouco sobre o fenómeno da candidatura do Almirante.

Um primeiro factor a considerar é que o Almirante Gouveia e Melo corporiza a rejeição dos partidos e, em particular, a saturação de boa parte do eleitorado com os dois grandes partidos do centro: PS e PSD. A crise política (mais uma…) que culminou com novas eleições legislativas antecipadas é mais um factor que favorece a candidatura de Gouveia e Melo. O reforço do desgaste........

© Observador