É o prestígio, estúpido!
Os portugueses são, por larga margem, o povo mais porreiro do mundo: cá dentro, podemos dizer uns dos outros o que Maomé não disse do toucinho; mas, no dia em que o nosso pior inimigo se apresente a uma entrevista de trabalho lá fora, ai de quem diga mal. Não, senhor. Este é dos nossos. Do melhor que há! Fiquem descansados que não podiam ir mais bem servidos. Recebam-no, como mandou escrever o outro na lápide da falecida, com a mesma alegria com que nós o mandamos.
Dizem que é por causa do prestígio. Por causa do prestígio, era péssimo para Portugal, mas está óptimo para a Europa. Que prestígio? Do que, alegadamente, advém para o país por ter um dos seus nestes altos cargos internacionais. O que é estranho, porque não me lembro de Portugal ter ganho coisa nenhuma nos dez anos em que Durão Barroso foi Presidente da Comissão Europeia – até passámos um bocadinho mal, veja lá se está lembrado, durante a crise das dívidas soberanas. Será que a nossa vida melhorou desde que António Guterres é Secretário-geral da ONU? Então, e quando Mário Centeno foi Presidente do Eurogrupo? Lembram-se da........
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