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O fim de uma era de liberdade?

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18.10.2025

Nasci em democracia. Vivi sempre com imprensa livre, sem censura nem medo. Mas os sinais que chegam dos Estados Unidos mostram que até as liberdades mais sólidas podem começar a ruir por dentro.

Não é novidade que a Administração Trump, desde o início do novo mandato em janeiro de 2025, tem adotado uma relação hostil com a comunicação social independente. Um dos primeiros passos foi congelar 268 milhões de dólares previamente aprovados pelo Congresso para financiar a USAID, agência que apoiava meios de comunicação não estatais e promovia a formação de jornalistas em vários países.

Pouco depois, Trump ameaçou o jornalismo de investigação ao sugerir a criação de uma lei que punisse jornalistas que utilizassem fontes anónimas. Um mês após a tomada de posse, a porta-voz Karoline Leavitt anunciou que a Casa Branca passaria a selecionar os meios de comunicação autorizados a acompanhar a agenda presidencial.

Mas as ameaças à liberdade de imprensa não ficaram por aqui. Em maio de 2025, os jornalistas deixaram de poder circular livremente no Pentágono, passando a precisar de autorização e escolta para se deslocarem no edifício. Áreas que antes eram acessíveis sem restrições tornaram-se totalmente interditas. Agora, os profissionais da comunicação ficam confinados à cafetaria e ao pátio.

Mais recentemente, Donald Trump ameaçou cancelar as licenças de rádios e televisões críticas do seu governo, o que levou a ABC, controlada pela Disney, a suspender temporariamente o programa de Jimmy Kimmel (felizmente apenas por seis dias, após fortes pressões do público e dos anunciantes), já depois de o programa de Stephen Colbert também ter sido........

© Observador