O destino trágico de Jimmy Kimmel
Após longa carreira, o comediante Jimmy Kimmel finalmente participou numa rábula cómica: viu o seu programa ser suspenso após espalhar mentiras sobre o assassino de Charlie Kirk, que o sr. Kimmel garantiu ser partidário de Trump. Em abono da exactidão, o cancelamento do programa provavelmente não se deve às mentiras, mas à consistente perda de audiências, que hoje eram cerca de metade das de há 5 anos e cerca de um terço das de há 10 anos.
Em parte, o êxodo das audiências para o YouTube, os canais de “streaming” e traquitanas afins explica o declínio. O resto do tombo explica-se com a velha fixação do sr. Kimmel em dedicar o tempo de antena à hostilização da maioria do público americano, os caipiras e fanáticos e analfabetos e fascistas que não fazem as suas escolhas políticas de acordo com as directivas de actores e apresentadores de variedades e teimam em votar num partido que não o Democrata. Como sucedeu recentemente com Stephen Colbert, outro cabotino impressionante, e talvez suceda em breve com os demais protagonistas de “talk shows”, as mudanças nos hábitos de consumo e o insulto recorrente dos potenciais consumidores têm um preço, que o sr. Kimmel, com involuntária graça, pagou. As mentiras acerca de Charlie Kirk, e a insinuação de que a sua morte se devia à “cultura de violência” e de “ódio” que ele, na retórica primitiva do sr. Kimmel, representava, foram sobretudo um pretexto.
Faço um parêntesis para, a propósito da “violência” e do “ódio”, lembrar que o sr. Kimmel é o espécime que, desde que abandonou o “humor” de peitos e........
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