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Morrissey cancelado

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15.06.2025

Escrevo em Madrid, onde um corrupto radical se debate para não sair da Moncloa e onde cheguei na quinta-feira para assistir a um espectáculos do (desculpem a familiaridade) Morrissey. Nos espectáculos recentes, Morrissey costuma falar do que sucedeu num espectáculo realizado na sua Manchester natal, a 22 de Maio de 2017. Nessa data, após a actuação de uma cançonetista chamada Ariana Grande, um mancuniano filho de pais sírios, Salman Abedi, explodiu uma traquitana que matou 22 pessoas e feriu mais de mil. O sr. Abedi, que estudou na universidade e era um rapaz “normal” para alguns, tinha um longo e vistoso historial de “radicalismo”, que as autoridades conheciam e desprezaram. Dias depois do atentado, realizou-se uma vigília pelas vítimas numa praça local. Uma das participantes principiou a cantar “Don’t Look Back in Anger”, dos Oasis. Aos poucos, a multidão seguiu a deixa. O vídeo do momento espalhou-se pela internet e, com a ajuda dos “media” tradicionais, a musiquinha tornou-se um símbolo do que se designou por, cito, “a recusa em ceder ao medo ou à divisão”. “Don’t Look Back in Anger” significa “não guardes rancor”.

Em 2020, Morrissey gravou em Los Angeles o disco “Bonfire of Teenagers”, cujo tema-título, sobre o referido crime, inclui a seguinte estrofe: “A fogueira de adolescentes/Que brilha tão alta no céu do noroeste de Maio/Oh, devias tê-la visto/Partir para a arena/Apenas para ser........

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