A Europa armada em boa
Apesar da ajuda militar, financeira e humanitária dos EUA e da Europa, a Ucrânia está há três anos a resistir à Rússia sem grandes avanços no que toca a expulsá-la dos territórios invadidos. Alguns peritos defendem o desgaste do regime russo por esta via, embora não cheguem a acordo quanto à duração do processo, que em teoria pode ir dos seis aos trinta anos. O carácter vago do projecto não admira: por regra, trata-se dos exactos peritos que às quartas-feiras garantem que a capacidade russa está por um fio e aos sábados juram que, ou nos acautelamos, ou os russos atravessam os Pirinéus e entram por Vilar Formoso não tarda. No mínimo, a situação é pouco clara.
O que é claríssimo é a nova administração americana não pretender continuar a financiar ou a proteger a Ucrânia, pelo menos de forma activa e directa. Talvez isto se deva à suspeita, confirmada em numerosas cabeças, de que Trump é um agente ou um parceiro de Putin. Ou então Trump sonha, e bem pode sonhar, aliar-se a Putin para contrabalançar a influência da China. Ou Trump apenas se ajusta ao interesse do seu eleitorado, que não se interessa por despejar fundos avantajados num conflito a nove mil quilómetros de Washington. Ou outra hipótese qualquer. Ao contrário de tantos, não sei a resposta.
Sei........
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