Dilema Báltico
Nos últimos meses, temos sido inundados com avisos de que a NATO poderia ser atacada pela Rússia. O país, entretanto, rearmar-se-ia rapidamente para um confronto com a NATO. O equipamento de guerra mais novo e moderno não seria, portanto, enviado para a difícil frente ucraniana, mas sim para a fronteira com os Estados Bálticos da Estónia, Letónia e Lituânia. Dizem que Putin tinha como alvo estes três. Porquê exactamente estes países, que são independentes há quase 35 anos, mais tempo do que nunca na história moderna?
Os Estados Bálticos representam um grande desafio estratégico para a NATO. Em caso de guerra com os russos, devem ser abastecidos ou reforçados através do Mar Báltico e, por isso, ficam vulneráveis a ataques no mar e no ar. Entalado entre a Lituânia e a Polónia está também o enclave russo fortemente militarizado de Kaliningrado. Apenas uma fronteira relativamente curta entre a Lituânia e a Polónia, na cidade fronteiriça polaca de Suwalki, forma a ligação terrestre entre os Estados Bálticos e o resto da Europa, uma zona fronteiriça crucial que deverá permanecer nas mãos da NATO a todo o custo em caso de conflito.
Um destacamento da Força Aérea Portuguesa, constituído por até 95 militares e equipado com quatro aviões F16M, neste momento garante a segurança do espaço aéreo Báltico. Trata-se numa missão sob o programa Enhanced Air Policing 25 da NATO que tem por objetivo a proteção do espaço aéreo dos países bálticos. Em caso de um conflito armado com a Rússia, o destacamento estará na primeira linha. Por isso está na hora de fazer algumas perguntas sobre os três países.
O livro Baltic, The Future of Europe, de Moody, jornalista de The Times, chega no momento certo. Descreve detalhadamente a história moderna dos três Estados (e de alguns países vizinhos, como a Finlândia e a Polónia) e discute ainda uma série de cenários para o futuro. Os três países conquistaram a........
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