Reagrupamento familiar e crise habitacional: alerta urgente
Portugal atravessa hoje uma crise habitacional profunda, com a oferta muito aquém da procura. Em 2024 apenas se concluíram cerca de 25 mil novas habitações – 1/5 do que foi produzido no pico de 2002 – um valor claramente insuficiente para responder às necessidades do país. Em paralelo, os preços mantêm-se em máximos históricos: as rendas subiram cerca de 4,6% no início de 2025 e cada anúncio de arrendamento recebeu em média 21 contactos no primeiro trimestre do ano. Com tal desfasamento entre oferta e procura, o acesso a uma habitação minimamente digna está cada vez mais difícil em todo o território nacional.
As filas de espera por habitação apoiada disparam: na Área Metropolitana de Lisboa, há hoje 8.400 candidaturas ativas no programa de renda acessível – mais 60% do que em 2020 – e o tempo médio de espera supera os 2,5 anos, chegando a valores ainda maiores em Lisboa ou no Porto. Esta realidade afeta não só os mais desfavorecidos, mas também jovens, famílias monoparentais e trabalhadores com rendimentos médios, cujos rendimentos são manifestamente insuficientes para aceder a uma casa no mercado privado e sem que o setor público consiga oferecer soluções alternativas de imediato.
Ao mesmo tempo, Portugal vive uma vaga migratória sem precedentes. Atualmente residem........
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