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Grupo Klus, de Salvador Ohana, faz 50 anos e vai da alfaiataria ao varejo moderno

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Salvador Ohana, fundador do Grupo Klus, é o entrevistado de hoje da temporada Minas S/A Desenvolvimento Sustentável, em todas as plataformas de O TEMPO.

Um dos nomes mais tradicionais da moda masculina em Minas Gerais, o empresário construiu sua trajetória a partir da alfaiataria artesanal aprendida ainda na adolescência, nos corredores do Edifício Maletta, em Belo Horizonte.

De uma pequena garagem na rua Rio Grande do Norte a uma rede consolidada nos principais shoppings da capital mineira, Salvador atravessou décadas marcadas por hiperinflação, mudanças profundas no varejo, crises econômicas, pandemia e transformações no comportamento do consumidor.

Salvador prova que saber enxergar as tendências do varejo com antecedência faz toda a diferença para a perenidade da empresa, que conseguiu chegar aos 50 anos com as marcas Klus, Dash (uniformes corporativos) e Só Conserto. 

A seguir, a entrevista de Salvador Ohana e o vídeo na íntegra:

Em Belo Horizonte, como foi o início da sua trajetória?

Meu pai era alfaiate. Ele tinha uma loja na rua dos Caetés e depois foi para o Edifício Maletta. Na época, eu tinha entre 14 e 15 anos. Meu pai trabalhava sozinho; ele mesmo cortava e fazia as peças. Era daquelas pessoas que amam a arte e não estão preocupadas apenas em ganhar dinheiro. Eu estudava no Estadual de manhã e, na parte da tarde, ficava no Maletta com ele. Fiquei uns três anos lá, até que ele resolveu fechar, aos 84 anos. Para mim, aquilo era uma diversão, mas acompanhei e aprendi o ofício. Em 1975, percebi que havia um nicho de mercado, pois quase todo mundo fazia roupas sob medida. Naquele tempo, não existiam lojas de roupa pronta como hoje. A mulher comprava o tecido e levava na costureira; o homem comprava o tecido e levava no alfaiate. Resolvi abrir na garagem da minha casa, na rua Rio Grande do Norte, 650, uma loja de confecção sob medida.

Na década de 1970 e depois na de 1980, a inflação altíssima.

A meninada de hoje não sabe o que é inflação, mas a tabela de preços aumentava toda semana. Se uma calça custava 100 cruzeiros, na outra semana era 110, depois 120. Era importante investir em estoque, pois se ganhava com a valorização dele. Hoje é o contrário; se você investe em estoque parado, perde dinheiro, pois o capital de giro custa caro com os juros atuais.

Salvador, como você avalia as marcas que sobreviveram e as que não sobreviveram? Foi por falta de sucessão ou foi o mercado mesmo que foi eliminando?

Acho que o que faltou foi resiliência. No comércio, você não estoura em um ou dois anos, a menos que seja um franqueado de marca já consagrada, onde o investimento é altíssimo. Uma marca própria demora a pegar. Hoje, com a internet, algumas marcas viralizam rápido, mas o desafio é perenizar. O comércio é para quem gosta; não tem horário, abre domingo e feriado. É dedicação total no Natal, Dia dos Namorados e Dia dos Pais.

Como foi a mudança para a sede........

© O Tempo